Governar para quem?
O segundo turno da eleição de 2014, que acontece um dia após a comemoração do Dia da Democracia, me faz questionar o momento que estamos vivendo no Brasil. Por um lado, grande parte da população envolvida neste momento tão importante e que deve ser valorizado e discutido não dá a menor importância. Por outro, pessoas que defendem certos posicionamentos, sendo intolerantes com o diferente, gerando brigas, discussões e ofensas pessoais saindo da esfera política.
O movimento ocorrido em junho de 2013 no país foi o início de uma série de questionamentos e indignações da população. O pedido por uma mudança foi geral, no entanto durou pouco. A eleição era o momento de mostrar que a reforma era necessária para o Brasil e toda a população. No entanto, isto não ocorreu. Foram eleitos e reeleitos diversos parlamentares com interesses mais conservadores e reacionários presentes na sociedade. Isto demonstra uma imaturidade do eleitorado entre as mudanças que desejam e o programa real que políticos e partidos representam, pois por exemplo, um candidato e partido bancado por escolas privadas jamais defenderá escolas públicas de verdade, os eleitos não farão as mudanças que o povo deseja e anseia.
Alckmin, que reprimiu brutalmente estes atos, foi reeleito em primeiro turno. A falta de água quase que total no Estado de São Paulo não foi suficiente para a população se indignar e mudar. O PSDB está no governo do Estado há mais de 20 anos, deixando de gerenciar diversas crises como esta que estamos vivendo da água. Podemos citar outras, como o apagão energético. Nada disso importou.
Esperar que as mudanças, que tanto foram pedidas, venham do PSDB é impossível! Como já disse anteriormente, as eleições com os Tucanos no Governo, apoiado pelas forças que saem das urnas certamente será um governo Neoliberal, com menos direitos e arrocho aos trabalhadores, basta ver quem Aécio disse que será o Ministro da fazenda Armínio Fraga o príncipe do Neoliberalismo.
Um dos grandes males do nosso país é a corrupção endêmica, em todos os espaços de governo das diferentes esferas, seja municipal, estadual e nacional. A vidraça do PT é não ter se desvencilhado da corrupção nas esferas de governo, o que enfraqueceu seu discurso frente a oposição conservadora, que pega carona para limitar os avanços dos direitos civis. Outro elemento que enfraquece o PT na disputa foi o desmonte e cooptação do movimento social, além do pacto que fez com as elites. Estes são alguns fatores que evidenciam, porque o PT não desperta mais a paixão dos trabalhadores e juventude, estes setores não foram as ruas defender o governo.
Governar, como sempre digo, é escolher de que lado você está ou você governa para o povo ou para elites, para o Brasil ou para os interesses internacionais. Governar para a elite no Brasil é esquecer da população, é beneficiar os grandes empresários. Minha ideologia vai contra qualquer candidato ou governo que não defende o fortalecimento do Estado, única condição para termos bons serviços públicos, jamais apoiaria um governo que defende a terceirização e flexibilização dos direitos trabalhistas, que não defende a soberania Nacional e Latino Americana, por isto digo e reafirmo nenhum voto em Aécio e nos Tucanos que representam um projeto Neoliberal que atacará os direitos dos trabalhadores. Direitos que mantivemos com muita luta, direitos referendados na Constituição de 1988, dados as lutas das ruas. Domingo definimos o destino de nosso país para os próximos 4 anos. Como ambientalista, militante social, e defensor dos direitos dos trabalhadores e humanos votarei contra o Aécio e considero legitimo o voto branco, nulo e critico na Dilma. Não podemos permitir um retrocesso dos poucos avanços que tivemos com muita luta. Desejo um voto consciente a todos e todas, é participando que se muda a vida para melhor. E qualquer que seja o resultado que saia das urnas estaremos nas ruas lutando por dias melhores!
Arlei Medeiros
Presidente PSoL Campinas
Coord. Observatório de Gestão Pública do Trabalhador