Tsipras: “O veredito do povo grego significa o fim da troika”

Tsipras: “O veredito do povo grego significa o fim da troika”

Do PSOL Nacional, Leonor Costa, com Esquerda.net e Opera Mundi

“É um sinal importante para uma Europa em mudança”, disse Alexis Tsipras, o principal líder do Syriza, diante de milhares de pessoas que se juntaram na praça em frente à Universidade de Atenas, após a confirmação da vitória do partido neste domingo (25), nas eleições gregas.

“O veredito do povo grego significa o fim da troika, a estrutura de supervisão da economia da Grécia constituída pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional que desde 2010 avalia as medidas de austeridade impostas a troco de empréstimos de 240 mil milhões de euros.

Tsipras, 40 anos, afirmou que “o povo deu um mandato claro” ao Syriza, “depois de cinco anos de humilhação” e assegurou que vai negociar com os credores uma “nova solução viável” para a Grécia.

O partido anti-austeridade Syriza obteve uma clara vitória nas eleições gerais deste domingo na Grécia, elegendo 149 deputados, num total de 300 vagas. O partido conservador do então primeiro-ministro Antonis Samaras, da Nova Democracia, obteve 76 cadeiras.

Faltando apenas duas vagas para ter a maioria absoluta do Parlamento grego e poder governar sem alianças com outros partidos, o Syriza recebeu nesta segunda-feira (26) o apoio dos Gregos Independentes para conseguir formar uma coalizão antiausteridade para governar o país.

Em terceiro, ficou o partido neo-nazista de extrema-direita Aurora Dourada, com 18 representantes no Parlamento. O líder da legenda, Nikolaos Mihaloliakos, e diversas outras figuras do partido, estão ou presos ou sob custódia domiciliar.

Na tarde desta segunda-feira (26), Alexis Tsipras prestou juramento perante o presidente da República grega, Karolos Papoulias, e se tornou oficialmente o primeiro-ministro da Grécia. Ele deve anunciar até quarta-feira (28) os nomes do novo Governo.

Ainda estão previstos encontros de Alex Tsipras com Stavros Theodorakis, líder do To Potami, e Dimitris Koutsoumpas, secretário-geral do Partido Comunista Grego (KKE).

Nova de era de democracia
O Syriza contou com o apoio do PSOL e de vários partidos de esquerda da América Latina e da Europa. Sem dúvida a vitória do partido de Alexis Tsipras representará importantes mudanças para o povo não só da Grécia como de outros países da Europa, que vêm pagando um alto preço pelas medidas de austeridade do FMI e da União Europeia.

Em nota, divulgada no dia 5 de janeiro, o PSOL reafirmou o seu apoio ao Syriza e considerou que sua vitória dará uma grande sacudida na política de ajuste que hoje se aplica em toda Europa, o que certamente terá repercussão em outros países, inclusive no Brasil. “Syriza, um partido irmão que como o nosso se opõe aos ajustes do governo, decretados pela Troika comandada por Angela Merkel (FMI, Banco Central Europeu e Comunidade Europeia), tem possibilidade de ganhar as próximas eleições. Se isso ocorrer, não mudará somente a situação grega”, afirmou a nota, assinada pela Secretaria de Relações Internacionais do partido. Leia a nota completa aqui.

O PSOL também esteve presente na Grécia nos últimos dias que antecederam às eleições até este domingo, quando o partido de esquerda saiu vitorioso das unas. Juliano Medeiros, Secretário Nacional de Comunicação que representou o PSOL na Grécia, considera que a crise econômica europeia fortaleceu ou fez surgir novos atores políticos e sociais que não se submetem aos ditames do FMI ou da Comissão Europeia. “O surgimento do Podemos, na Espanha, e do Syriza, na Grécia; além do fortalecimento de partidos anticapitalistas na França, Portugal e Alemanha, faz parte de um renascimento da esquerda naquele continente. O PSOL se inspira nessas experiências para oferecer uma alternativa de esquerda, socialista e independente ao povo brasileiro. Por isso, estar ao lado desses partidos, prestando nossa solidariedade ao povo grego, é muito importante para o PSOL e para todos aqueles que acreditam numa verdadeira mudança de esquerda”, enfatiza.

Para o deputado Chico Alencar (RJ), com a vitória da esquerda, as velhas e carcomidas formas de fazer política, que levaram a quase 60% da juventude grega ao desemprego e os pobres ao desespero, foram derrotadas. “Uma nova era de democracia de alta intensidade se abre, e não só para a Grécia!”, avalia, otimista, o deputado fluminense.

Além de Juliano Medeiros, também esteve na Grécia para reafirmar o apoio do partido ao Syriza, o representante da Fundação Lauro Campos, Thiago Aguiar. Clique aqui e confira seus relatos durante os quatro dias que estiveram na Grécia.

 

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